Mãos a Obra!

24/12/2008

•O LIVRO SAGRADO DA ENGENHARIA.


Engº Manoel Henrique campos Botelho maio 2004

Faz alguns anos,talvez algumas dezenas de anos.Eu fora contratado por uma firma de engenharia para dirigir o projeto de uma potente casa de bombas que retiraria água do mar recalcando-a para atender às necessidades de resfriamento de uma siderúrgica.
Fui contratado para dirigir e não para desenvolver partes técnicas do projeto, para o que havia, ou melhor, deveria haver e na prática não havia uma equipe de projetistas.
Tão logo assumi a direção notei que na firma não havia um profissional que cuidasse da parte do sistema de combate a incêndio para a elevatória.Esse assunto de combate a incêndio eu dominava,sendo engenheiro civil hidráulico, mas o que me deixou preocupado é que as atividades de direção do empreendimento impediam-me de assumir essa tarefa técnica.Tentei contratar um colega,mas o prazo de entrega dos documentos era tão exíguo,que para contratar um engenheiro numa época de muito serviço e poucos profissionais competentes tornava-se impossível.Eu mesmo teria que tocar o serviço e o único auxiliar que pude arrumar foi um estudante do quinto ano de uma escola de engenharia,que apesar de boa formação tinha um defeito original,não era a escola que me formei. Extremamente preconceituoso eu achava que fora da minha escola de engenharia pouca coisa poderia esperar.Quanta bobagem e preconceito...Disseram-me que o jovem engenheirando era muito bom,quase brilhante. Decidi ficar com ele e verificar se os elogios eram ou não merecidos.Para isso eu iria submetê-lo a uma série de situações difíceis ou como diriam os que gostam de sociedades secretas e misteriosas,eu iria iniciá-lo nos segredos herméticos de Minerva,a linda deusa grega que protege a engenharia.
O jovem futuro colega veio para o primeiro dia de trabalho comigo e cumpriu a primeira condição.Ele me trataria com o título de senhor doutor de engenheiro, mesmo não sendo eu doutor,mas era uma forma de mostrar o que ele deveria esperar,ele iria viver a experiência de ser um fiel e obediente discípulo que serviria um mestre.Começou a iniciação quando eu dei a primeira tarefa:
-Para você começar deve me trazer amanhã um exemplar do mais sagrado dos livros da engenharia,só que eu não posso dizer que livro é esse.Seu processo de amadurecimento exigirá que você mesmo descubra e não se incomode com os erros que fará nessa busca do”santo sagraal’’.Assim é a iniciação na engenharia...
O coitado saiu aturdido com a missão e no dia seguinte trouxe-me algo trêmulo,um livro de Análise Matemática e Cálculo Diferencial e Integral do conhecido autor’’Courant’’.Assim respondi:
- Jovem.Esse não é o livro mais sagrado da engenharia,mas seu pecado foi apenas venial,aceitável.Se o seu mestre fosse discípulo do saudoso Prof.oCamargo e se você tivesse trazido o livro do Granville eu o demitiria’’ad nutum’’...Terás direito pois a uma segunda chance.No dia seguinte o coitado trouxe-me um segundo livro e balbuciou:
-Mestre.Eis uma velha edição do livro de “Resistência dos Materiais” do Timoshenko em tradução do respeitado Prof-o Noronha.Se esse não for o livro sagrado da Engenharia que livro poderá ser?
Confesso que ao ver o livro do Mestre Timoshenko,o Engenheiro do Século XX,tremi mas não cedi e continuei o processo de iniciação:
-Esse livro seguramente é um livro sagrado,tão sagrado como o Courant,mas não é o mais sagrado dos livros.o mais sagrado dos livros está junto a cada um de nós e não percebemos.mas chega de iniciação.Eu te apresentarei ao mais sagrado dos livros e principalmente te contarei o que nem nele e em nenhum outro lugar está escrito,ou seja,como fazer sua exegese,como interpretá-lo e tirar dele os melhores ensinamentos.
O jovem profissional estava ansioso e eu logo apresentei o livro,pois com todo esse treinamento uma coisa não estava sendo feita,o projeto do sistema hidráulico de combate a incêndio da elevatória.Assim fui até a mesa do telefone e peguei o livro sagrado da engenharia,a lista de telefones classificada,a amarelinha,e comentei:
-Não há engenharia sem fornecimento de material ou equipamentos.Você deve aprender a usar o livro mais usado da engenharia que é a lista telefônica classificada de fornecedores...
O coitado do engenheirando estava atônito.Nunca tinham dito a ele que uma prosaíca lista telefônica fosse um livro sagrado.Mas prestam atenção a aula que dei a ele de como fazer a exegese do texto sagrado e como tirar dela os melhores frutos. Regras:
1)Baseado na lista amarela faça a listagem dos fornecedores de equipamentos de combate a incêndio;
2)Peça catálogos a todos e depois de receber os catálogos estude-os;
3)Estude em outros livros,normas e artigos técnicos procurando ficar em dia com o estado da arte;
4)Depois de tudo isso e com base no material recebido faça um ranking de todos os fornecedores,começando dos piores aos melhores;
5)Entre em contato inicialmente com aquele fornecedor pior qualificado,chame um vendedor técnico e com ele abra o jogo.Declare a verdade,que você nada sabe de combate a incêndio e que precisa comprar,atenção,use sempre o verbo comprar,um sistema e que para isso você precisa entender como as coisas funcionam.Você ficará surpreso com o que o vendedor técnico lhe ensinará,pois eles são treinados para mostrar e convencer;
6)Chame agora o segundo menos pior fornecedor e faça a mesma coisa,sempre avisando do seu despreparo no assunto.Esse aviso é fundamental para deixar o vendedor bem a vontade e com isso a conversa corre solta;
7)Chame agora o terceiro menos pior fornecedor,converse com o vendedor técnico,verá que sua conversa já será algo diferente,e você pode dizer que entende muito pouco do assunto combate a incêndio.Você notará que já dará para dialogar com o vendedor;
8)Volte agora aos livros,normas e regulamentos,você notará que numa segunda leitura muita coisa antes pouco compreensível ficou clara;
9)No processo de ir chamando progressivamente dos piores para os melhores,você deve guardar as três firmas que melhor lhe impressionaram pelos catálogos para com eles ter a batalha final.Ao chamar um dos vencedores técnicos de uma das três firmas comece a conversa já falando termos do jargão do assunto como classe de incêndio,pressões necessárias etc.,mostrando que de alguma forma você conhece a matéria.Apresente o problema que você tem e peça propostas técnico-comerciais detalhadas.
Aí,com as propostas dos fornecedores na mão,normas e regulamentos oficiais,tudo isso na mão,nós poderemos fazer o projeto e as especificações.
Assim foi feito.O jovem engenheiro fez o previsto e eu acompanhava.Orientado por mim ele fez um esboço do projeto no qual usou os conhecimentos que aprendera na sua escola de engenharia e mais os que aprendera no processo de iniciação,baseado nas informações do livro sagrado.Revi e complementei o trabalho e o enviei ao cliente.
Esta história terminaria aqui e com final feliz mas eu não posso deixar de contar algo que aconteceu no final do trabalho.
Eu estava ensinando o neófito quando este fez uma pergunta que denunciava o bom nível do jovem:
-Mestre,como posso separar o joio do trigo?Se os vendedores são treinados para mostrar com alta eficiência as coisas e nos ensinar a como usar seus equipamentos,todavia eles não são filhos de Minerva,que é pura e ética nas verdades.Os vendedores são filhos do deus Mercúrio,deus dos negócios,e como sabemos da mitologia grega o conceito de Mercúrio é algo assim duvidoso.Mercúrio é meio embrulhão,maroto para dizer o mínimo...Como então saber a verdade diferenciando-a da propaganda interesseira?
Aliás este discípulo amplia a pergunta ao seu mestre:
-Como saber a verdade na engenharia e também na vida?
Pensei em dar uma resposta genérica,pois mestre que é mestre tem sempre que dar respostas,mas procurei ser honesto e humano e confessei que essa não era tarefa fácil,que deveríamos prestar atenção a tudo,conversar com outros colegas trocando experiências etc.,mas confesso que não tive resposta perfeita para responder a tão difícil questão.Humildemente passo a pergunta aos meus fiéis leitores.
Como saber a verdade na engenharia e na vida?
Aceito e publicarei as respostas que receber,mesmo que sejam respostas da parte mais fácil da pergunta:
Como saber a verdade na engenharia?
Ps:.Dedico carinhosamente esta crônica à memória do Engº Max Lothar Hess,que de alguma forma,próximo ao descrito nesta crônica,passou-me informações e verdades que não estão nos livros.Quem,no meu primeiro dia de vida profissional,levou-me a ter tão marcante mestre foi o Profo J.A. Martins,a quem sou profundamente grato pelo fato.
Autor: Eng. Manuel Henrique Campos Botelho

19/12/2008

•A IMPORTÂNCIA DO PROJETO DE IMPERMEABILIZAÇÃO NA CONSTRUÇÃO CIVIL.

Impermeabilizar é o ato de isolar e proteger os materiais de uma edificação da passagem indesejável de líquidos e vapores, mantendo assim as condições de habitabilidade da construção. É uma técnica que consiste na aplicação de produtos específicos com o objetivo de proteger as diversas áreas de um imóvel contra ação de águas que podem ser de chuva, de lavagem, de banhos ou de outras origens. A falta ou uso inadequado da impermeabilização compromete a durabilidade da edificação, causando prejuízos financeiros e danos à saúde. Água infiltrada nas superfícies e estruturas afeta o concreto, sua ferragem, as alvenarias. O ambiente fica insalubre (umidade, fungos e mofo), diminuindo a vida útil da edificação, sem falar no desgaste físico e emocional do proprietário ou usuário que sofre com a má qualidade de vida causada pelos problemas existentes no imóvel. Como em qualquer atividade humana que envolve canalização de recursos financeiros, temos que analisar a chamada “relação custo/benefício”. Em impermeabilização não é diferente. Se analisarmos o custo de uma boa impermeabilização, veremos que ele varia de 1% a 3% em média do custo total da obra. Se os serviços forem executados apenas depois de serem constatados problemas com infiltrações na edificação já pronta, o custo com a impermeabilização ultrapassa em muito este percentual. Refazer o processo de impermeabilização pode gerar um acréscimo de 10% a 15% em média do valor final.Devido aos altos índices de manifestações patológicas que vêm ocorrendo nas edificações, busca-se cada vez mais, a garantia e o controle da qualidade em todo o processo construtivo.Desta forma, a qualidade final do produto depende da qualidade do processo, da interação entre as fases do processo produtivo e da intensa retro-alimentação de informações, que proporcionam a melhoria contínua. O projetista deve dispor dos projetos de arquitetura e demais projetos complementares que tenham interface com a Impermeabilização.È importante termos um projeto em total conformidade com os aspectos Normativos (ABNT) e de qualidade, a exemplo dos projetos de instalações hidráulica e elétrica, um projeto de construção civil deve contemplar, também, um Projeto de Impermeabilização.
A NBR 9575 – 2003 estabelece o seguinte:
Item 3 - 78 definições
Item 4 - classificação dos tipos (Rígido e Flexível)
Item 4,2 - tipos de substratos
Item 4.3 - os serviços auxiliares e complementares
Item 5.1 - os tipos de impermeabilização contra água de percolação
Item 5.2 - os tipos de impermeabilização contra água de condensação
Item 5.3 - os tipos de impermeabilização contra umidade de solo
Item 5.4 - os tipos de impermeabilização contra fluidos que atuam sob pressão unilateral ou bilateral
Item 6 - Projeto, onde a elaboração e responsabilidade técnica é exigida para o projeto de arquitetura, conforme definido na NBR 13352 – Elaboração de projetos de edificações - Arquitetura - procedimentos , sendo necessário obedecer de forma integral o disposto na NBR 9575-2003

O projetista de impermeabilização deve analisar os projetos básicos da obra procurando evidenciar as áreas que necessitam de impermeabilização, avaliar os tipos de estruturas entre outros aspectos, iniciando o estudo dos sistemas adequados para cada situação;
Projetos e Informações Complementares :
_ Projeto de Arquitetura;
_ Projeto Estrutural;
_ Projeto Inst. Elétricas e Hidráulicas;
_ Existência de pressão negativa;
_ Acomodação do terreno;
_ Variação de temperatura; etc.

Os tipos de Impermeabilização podem ser divididos em:
_ pré-fabricados (manta asfáltica) possuem espessuras definidas e controladas pelo processo industrial.
_ moldado no local que pode ser aplicado à quente (asfaltos em bloco), ou aplicados a frio (emulsões e soluções).
_rígido (argamassas poliméricas) conferem à superfície impermeabilização e proteção mecânica. Interferências no Projeto
Em uma obra comercial, industrial ou residencial, a impermeabilização também deve ter um projeto específico, um projeto que detalhe os produtos e a forma de execução das técnicas de aplicação dos sistemas ideais de impermeabilização para cada caso.
A escolha do sistema indicado depende de cada tipo de estrutura sobre a qual se queira impermeabilizar. Sendo assim, a definição leva em consideração se a estrutura está sujeita ou não a movimentação. Por exemplo: as lajes de grande superfície expostas à luz solar e intenso resfriamento no período noturno apresentam grande movimentação, face aos movimentos de dilatação (dia) e retração (noite). Tais estruturas exigem, para efeito de impermeabilização, produtos com características Flexíveis.
Impermeabilizar não é só aplicar produtos químicos, visa obter 100% de estanqueidade.
Para isso devemos observar as seguintes fases:
_ Projeto de Impermeabilização;
_ Materiais Impermeabilizantes;
_ Mão de obra de aplicação;
_ Qualidade da construção;
_ Fiscalização;
_ Orientação aos usuários
Composição do Projeto
_ Memorial descritivo;
_ Plantas com detalhes específicos ;
_ Especificação e localização dos materiais a serem utilizados;
_ Definição dos serviços a serem realizados;
_ Planilha quantitativa de serviços e materiais aplicados;
_ Estimativa de custos dos serviços descritos.
Um dos fatores de prováveis vazamentos em edificações decorre da ausência de Projeto de Impermeabilização, ocasionando os seguintes problemas:
_ Re-trabalhos de instalações hidráulicas;
_ Enchimentos desnecessários;
_ Mudança no dimensionamento final dos acabamentos;
_ Manutenções e reparos futuros.

Matéria enviada pela Arquiteta Elka Porciúncula.
• Formada em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE, 1986) • Atua há 20 anos nos estados do nordeste brasileiro (Pernambuco, Alagoas, Bahia, Paraíba, Rio Grande do Norte) • Desenvolve projetos residenciais, comerciais e industriais atendendo clientes de grande porte como Votorantim, Grupo Bompreço, BCP telecomunicações, Frutivale, FIEPE, Weston, Acumuladores Moura e Real Saúde

12/12/2008

10/12/2008

•ASPECTOS LEGAIS DA CONSTRUÇÃO.

Chiclete com Banana - A Fila Andou


A construção de uma edificação exige que sejam considerados e atendidos diversos aspectos, principalmente os de caráter legal, que têm início já na escolha do lote. A legislação é muito ampla, e varia de um local para outro, motivo pelo qual recomenda-se, para todos os casos, a contratação de um profissional (arquiteto ou engenheiro). Entretanto, é bom saber o que ela envolve. A primeira questão refere-se às cláusulas contratuais do loteamento, que procuram uniformizar o bairro e, muitas vezes, são até mais severas que o Código de Edificações do município. Elas podem definir, por exemplo, o número de pavimentos, a taxa de ocupação (percentual, em relação à área total do terreno, ocupada pela projeção da construção sobre o terreno), o coeficiente de aproveitamento (índice que estabelece a relação entre o total de área construída e a área do terreno) e a adoção de recuos maiores que os previstos em lei. Se o lote pretendido está no litoral, em região de mananciais (junto a represas ou bacias hidrográficas) ou em área de floresta nativa, as exigências legais se multiplicam. No caso do litoral, muitas faixas de terra são bens permanentes da Marinha Brasileira; paga-se o preço de mercado do lote, mais uma taxa à Marinha para ocupá-lo e ainda é preciso cumprir as exigências para sua ocupação. Geralmente, não se constrói ao longo de uma faixa de 30m, contados a partir da maré alta; nela, só são permitidos equipamentos de lazer e jardins, desde que não comprometam a paisagem. Em área de proteção aos mananciais, o problema está mais na taxa de ocupação e no coeficiente de aproveitamento, visando prejudicar o menos possível a vegetação nativa. Árvores centenárias não podem ser derrubadas; muitas vezes, elas são identificadas pelo diâmetro do seu tronco, e precisam estar indicadas no levantamento planialtimétrico. No caso das matas naturais, por maior que seja o terreno, a taxa de ocupação e o coeficiente de aproveitamento serão bastante pequenos, para que a construção da edificação não caracterize um desmatamento. Ao visitar o loteamento, deve-se verificar se o mesmo está em região protegida por lei especial. Principalmente em cidades grandes, não é incomum estar tramitando, nas esferas municipal, estadual ou mesmo federal, projetos que impliquem, futuramente, na desapropriação parcial ou total de áreas - e, conseqüentemente, na sua desvalorização, pois esse procedimento não respeita os valores de mercado. Ao pensar em comprar um terreno urbano, é necessário conferir se há, no bairro, algum projeto de porte, como uma alça viária, a duplicação de uma avenida, a construção de prédio público ou até a urbanização de uma praça, o que poderá levar parte do lote. O profissional pode identificar a classificação do lote quanto à sua localização, o que a legislação de zoneamento permite construir e se há projetos para alteração do uso do solo nas imediações. Uma vez resolvidos os prováveis problemas que envolvem a compra, é preciso definir o profissional responsável pelo projeto. O custo do projeto é pessoal, embora o Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB) possua uma tabela de honorários que serve de parâmetro para os profissionais. A escolha de um profissional que já atue na cidade é uma boa alternativa, tendo em vista que ele, com certeza, já deve estar cadastrado junto à respectiva prefeitura. Os procedimentos legais e burocráticos junto à prefeitura devem ser cumpridos pelo arquiteto ou pelo proprietário, ou por terceiros, com a devida procuração legal. Os documentos exigidos normalmente são: • o título de propriedade do imóvel, devidamente registrado (escritura); • cópia das folhas 1 e 2 da notificação/recibo do IPTU; • memorial descritivo, especificando os materiais a serem utilizados, em duas vias (assinadas pelo autor do projeto e pelo proprietário); • peças gráficas (plantas, implantação, cortes, fachada principal, tabela de iluminação e ventilação com carimbo próprio da prefeitura, assinadas pelo autor do projeto, pelo responsável pela obra e pelo proprietário); • levantamento planialtimétrico em duas vias (elaborado por profissional habilitado ou pelo próprio arquiteto); • vias da taxa recolhida para o CREA, com base no valor cobrado pelo arquiteto e na metragem quadrada, sem a qual a prefeitura não libera o Alvará de Construção; • cópia do recibo atualizado dos profissionais envolvidos e cadastrados na prefeitura; • cópia da carteira do CREA dos profissionais; • comprovante de pagamento das taxas e emolumentos exigidos pela prefeitura (que variam de cidade para cidade) referentes ao andamento do processo a ser instaurado. Caso o setor municipal responsável pela liberação do Alvará de Construção encontre alguma irregularidade, emitirá um Comunique-se, ou seja, um comunicado oficial do problema encontrado e um prazo para que este seja sanado; deve-se ficar atento aos prazos do Comunique-se, para que as pendências sejam resolvidas em tempo hábil. As prefeituras, via de regra, exigem que o canteiro construído na obra seja cercado por tapumes, dão um prazo para seu cumprimento e cobram uma taxa para sua execução (embutida nos comprovantes exigidos antes da aprovação do projeto). Todos os profissionais que trabalharão na obra (à exceção dos autônomos) precisam ser registrados de acordo com as normas no Ministério do Trabalho, pagando a Guia de Recolhimento da Previdência Social. Em um quadro de avisos, em local visível, estarão os nomes dos empregados, horários de entrada e saída e horário de funcionamento da obra. Na obra ficará uma cópia da planta aprovada e o Alvará de Construção. De acordo com a legislação, deve haver um banheiro, mesmo que os empregados não durmam no alojamento. A obra ainda deverá ter ligação de água e luz e a placa do autor do projeto e do responsável técnico em lugar visível: se um fiscal do CREA não a localizar, pode multar o profissional com base em lei federal. Dependendo da situação do terreno, são estipulados horários para carga e descarga, da entrega do material de construção aos bota-foras de terra. A legislação é específica demais, mas os horários usados visam evitar que a construção incomode a vizinhança. A fiscalização de obras, na verdade, não existe para aterrorizar os proprietários, mas para impedir que a legislação seja ferida. Quando algum tipo de irregularidade é encontrado - a construção não confere com a planta aprovada, foram feitas alterações no projeto original, há desrespeito às leis trabalhistas -, o fiscal deve emitir uma Notificação ao proprietário ou profisional responsável pela obra. A exemplo do Comunique-se, a Notificação não é uma penalidade em si, mas um documento legal, com prazo para que o proprietário ou o profissional apresente a solução do problema. Quando a irregularidade é muito grave, pondo em risco a integridade física dos pedestres ou casas vizinhas ou sendo obra clandestina, o fiscal tem poderes para embargar (paralizar) a obra. Uma vez embargada, é dado um prazo para regularizar (ou justificar) a irregularidade que gerou o embargo, pagando uma taxa correspondente às adotadas na religação de água ou luz quando interrompidas por falta de pagamento. Concluída a obra, visitados os guichês que comandam os aspectos legais da construção e cumpridas todas as obrigações técnicas e legais, é emitido o mais almejado dos documentos para quem constrói: o Habite-se. Sem ele, não é possível ocupar o imóvel; com ele, acaba a interferência municipal sobre a construção.
Fonte: Revista Arquitetura & Construção - jul/92.

•COMO EVITAR UMIDADES NOS RODAPÉS.





A umidade natural do solo, que sobe pelo alicerce e se infiltra pelas paredes, é a responsável por aquelas manchas e bolhas na pintura, pelo reboco se destacando, mofo, apodrecimento dos rodapés de madeira e carpetes. Muito comuns, especialmente em épocas nas quais a umidade fica mais elevada, essas ocorrências, além de prejuízos para o bolso, causam problemas respiratórios e alérgicos e são conseqüências da não-impermeabilização.



Lista do que será necessário:


-Desempenadeira de madeira.


-Colher de pedreiro.


-Brocha.


-Aditivo impermeabilizante para concretos e argamassas.


-Tinta asfáltica para concreto, alvenaria, metais e madeira.






05/12/2008

•UMIDADE DO SOLO.

Chiclete com banana - Sonífera Ilha


Muitas vezes há negligênciada durante a construção, a impermeabilização dos baldrames ou cintas é extremamente importante, de maneira a proteger a alvenaria contra a umidade ascendente por capilaridade proveniente do solo. A água do solo atinge o baldrame e sobe pela alvenaria, atingindo-a até a altura de 1 metro. Quanto mais próxima esteja a cinta ou baldrame dos terrenos úmidos, a alvenaria torna-se mais susceptível ao ataque da água.Essa patologia manifesta-se com a destruição do revestimento e da pintura da parede, surgindo empolamentos que se decompõem com leve pressão das mãos.Um dos procedimentos profilático que garante a integridade da alvenaria e seu revestimento compreende na aplicação de uma camada de tinta betuminosa na superfície do baldrame, descendo pelas suas laterais em aproximadamente 15 cm, de forma a criar uma barreira à água proveniente do solo.Antes de iniciar a alvenaria, deve-se verificar se não existem falhas na impermeabilização, provocadas principalmente pelo transporte de materiais e passagem de pessoas, queda de ferramentas, tijolos, etc. ou passagem de tubulações.Recomenda-se ainda a utilização de argamassa de cimento e areia 1:4, com aditivo impermeabilizante, no assentamento das 4 primeiras fiadas das alvejarias das paredes externas.

•ÁGUA PARA MASSA.

chiclete-salvador - chiclete-salvador


Em obras de pequeno porte, principalmente residências onde não existe a presença de um engenheiro, costuma-se exagerar na quantidade de água de amassamento, ou seja, a água usada no preparo do concreto e que lhe confere plasticidade. O uso indiscriminado desse componente do concreto pode provocar reduções significativas na sua resistência e impermeabilidade. De nada adiante um projeto estrutural bem elaborado se o concreto não obtiver a resistência prevista.A água é um elemento indispensável ao concreto visto que o cimento, quando hidratado, provoca uma reação exotérmica (emite calor) que resulta no seu endurecimento. Entretanto quando existe na massa do concreto mais água do que o cimento necessita para endurecer, este excesso não é absorvido na reação e “sobra” água no concreto, na forma de bolhas minúsculas. Essas bolhas vão acabar se transformando em vazios e canalículos, depois da perda da água por evaporação, que são os responsáveis pela redução de resistência e impermeabilidade do concreto.Por isso é preciso cuidado com a água no concreto, devendo ser respeitada a quantidade estabelecida no projeto para o traço que se deseja utilizar e conseqüentemente para a resistência que se deseja obter.Caso você não seja um engenheiro ou um técnico conhecedor do assunto, não altere a quantidade sem consultar um profissional.

•TRINCAS NO GESSO.


É bastante comum a ocorrência de trincas ou fissuras em forros de gesso mal executados e, na grande maioria dos casos, essa patologia é oriunda das tensões no material provocadas pela dilatação e retração térmica.Essas movimentações exigem que sejam previstas juntas de dilatação que, quando bem posicionadas, viabilizam as acomodações do material, o gesso.Basicamente são dois os tipos de juntas que devem ser empregadas. Para forros de pequenas dimensões, onde a maior delas seja menor que 6 metros, pode-se utilizar apenas a junta de dessolidarização, posicionada em todo o perímetro entre o forro e as paredes ou estruturas com as quais se limita.Nos demais casos, em que se tenha uma das dimensões maiores que 6 metros, além das juntas de dessolidarização, deve-se prever juntas intermediárias dividindo o forro em painéis de maneira a permitir um afastamento máximo de 6 metros entre as juntas, em cada dimensão.

03/12/2008

•CLASSIFICAÇÃO DE REVESTIMENTOS CERÂMICOS.


As placas cerâmicas para revestimento podem ser classificadas, dependendo de sua superfície, em esmaltadas ou não esmaltadas, e, dentro dessas duas famílias principais, de acordo com o processo de conformação utilizado, em extrudadas ou prensadas. Podem ainda ser classificadas, em função do tipo de tratamento térmico, em biqueima, monoqueima ou monoporosa. Além dessa subdivisão, estritamente ligada ao processo de produção utilizado, as placas cerâmicas para revestimento são classificadas, de acordo com suas características de absorção de água, mediante uma denominação tipológica de uso comercial: • porcelanatos - baixa absorção e resistência mecânica alta; • grês - baixa absorção e resistência mecânica alta; • semi-grês - média absorção e resistência mecânica média; • semi-porosos - alta absorção e resistência mecânica baixa; • porosos - alta absorção e resistência mecânica baixa.
Fonte: Guia de Assentamento de Revestimento Cerâmico – Anfacer (Associação Nacional dos Fabricantes de Cerâmica para Revestimento).

•AQUISIÇÃO E APLICAÇÃO DE REVESTIMENTOS CERÂMICOS.

Antes de escolher um revestimento cerâmico, deve-se levar em consideração alguns itens, tais como: • se ele tem qualidade, garantia de entrega e atendimento técnico da fábrica; • local de aplicação e uso do ambiente: piso ou parede, área comercial, residencial ou industrial; • tipo de trânsito no local: pessoas, veículos, mobília comumente arrastada; • umidade no local; • metragem do local (m²), para o cálculo da quantidade de peças necessárias (lembrando sempre de adquirir uma pequena quantidade extra, para possíveis substituições futuras); • tamanho, tonalidade e índice PEI (ver glossário). Ao receber o material, deve-se conferir se ele corresponde ao do pedido, analisando o lote, tamanho, tonalidade e índice PEI. Na hora de assentar o revestimento, este deve ser feito em duas etapas: » preparação do contrapiso com mistura de impermeabilizante para evitar umidade ascendente do solo, causando a eflorescência de sais minerais, aguardando-se uns 20 dias para que a superfície esteja completamente seca. O revestimento não deve ser assentado sobre o contrapiso úmido, empoeirado ou sujo de tinta, cola, graxa, óleo ou outra substância que prejudique a aderência; » o assentamento, para o qual existem dois processos: o tradicional, com uso de cimento, pedra e areia, ou o mais moderno, com argamassas colantes ou colas especiais, mais eficiente e rápido, onde não há necessidade de deixar as placas de "molho", imergindo-as em água. Deve ser escolhida mão de obra profissional (se possível, verificar serviços anteriores, se o assentamento apresenta bom alinhamento, com uso de juntas de dilatação e utilização de ferramentas adequadas). O assentamento deve ser iniciado pelas paredes e terminado pelo piso. A argamassa deve ser espalhada com desempenadeira denteada, em camadas de 7 a 10mm; deve ser deixado espaço entre uma peça e outra, necessário para formar a junta de dilatação, cujas dimensões normalmente estão identificadas na embalagem do produto. O rejuntamento, feito com uma calda de cimento puro e água ou com rejuntes especiais coloridos, impermeáveis e outros disponíveis no mercado, deve ser feito 48 horas depois do assentamento das peças (tempo suficiente para que a umidade excessiva entre a peça e o piso tenha secado). No caso de peças cerâmicas com textura rústica ou porosa, passar uma camada de cera incolor em pasta ou óleo diesel sobre elas, protegendo sua superfície. Não devem ser utilizados ácidos ou quaisquer outros produtos químicos para limpar placas cerâmicas ou rejuntes.


Fonte: Manual de Instrução para Compra e Assentamento de Revestimentos Chiarelli.

•ACABAMENTO PARA PORTAS DE MADEIRA.

MÃOS A OBRA!!: ACABAMENTO PARA PORTAS DE MADEIRA.

07/04/2008

•PINTURA - Dicas e orientações.




"Coloque uma roupa que já não tem mais grande utilidade, arregasse as mangas e vamos transformar o seu ambiente ou imóvel com uma bela pintura. A seguir você terá dicas que serão de grande ajuda pra que tudo ocorra bem e, você tenha resultados ainda mais satisfatórios."



Depois de definir os locais a serem pintados, selecione as ferramentas e as deixe limpas antes do uso.

Ferramentas (checklist): Lixas, escova, mexedores, espátulas de aço, bandejas ou caçambas, pincéis e trinchas, rolos de espuma e de lã e fita crepe.

Abaixo definimos as etapas a serem seguidas, na seguinte ordem:

  1. Lixar.
  2. Aplicar o fundo.
  3. Nivelar (Quando necessário).
  4. Aplicar o acabamento.

06/04/2008

•PINTANDO PAREDES DE ALVENARIA.







  • Pintando paredes novas.


Material necessário ( Bandeja, lixa, escova ou pano, rolo de lã, água, tinta à base de água, selante, fita crepe e detergente para a limpeza).
A parede sendo nova ainda sem pintura , iremos começar lixando bastante toda a superfície usando uma lixa de 180 e, depois removeremos todo o pó. Seguindo as instruções do fabricante prepare o selador ou fundo preparador de paredes utilizando uma bandeja apropriada para pintura. Com o rolo de pêlo de carneiro aplique o selador acrílico em toda a superfície e, em seguida aguarde a secagem para dar continuidade.
Seguindo as instruções contidas na embalagem (lata) da tinta, prepare-a e coloque parte da tinta na bandeja e mergulhando o rolo na parte mas funda da bandeja fazendo movimentos "para baixo e para cima", retire o excesso de tinta pressionando o rolo contra as bordas da bandeja. Trabalhe devagar e assim evitará respingos, mergulhe novamente o rolo na bandeja e retorne passando-o em uma área ainda não pintada, pois assim evitará o excesso e, consequentemente, manchas.




  • Repintando paredes.


Também será feito todo preparo da superfície a ser pintada, a qual, será toda lixada utilizando a lixa de 240 e a remoção do pó com um pano, em seguida faça os recortes e as orientações e dicas serão as mesmas citadas para pintura em paredes novas, conforme acima. Mas lembramos que se for pintar da mesma cor, deve haver um cuidado maior para não deixar lugares sem pintar.

DICAS:

Pinte de cima para baixo, fazendo faixas sobrepostas de até 1,5 m de comprimento. Passe o rolo novamente, agora cruzando em várias direções, para não deixar marcas. E para encerrar passe o rolo levemente de cima para baixo sobre a área pintada.
Com os recortes feitos no ínicio utilizando a fita crepe, agora pegue um pincel de 2" com cerdas macias e mergulhe 1/3 das cerdas na tinta e, em seguida, pressionando-o levemente nas bordas da bandeja tire o excesso e comece a fazer os acabamentos nos cantos de paredes, próximos as guarnições e nos rodopés.
Limpe as ferramentas utilizando água e detergente, afinal usamos tinta à base de água e, para remover manchas em móveis, piso, mãos e outros objetos pode utilizar pano umedecido com água e detergente, quanto mais a tinta ainda estiver fresca mais fácil a remoção.
A fita crepe só retire após aplicação de todas as demãos e, com muito cuidado para não retirar a tinta junto.


"Seguindo estas orientações e dicas, você terá um excelente resultado de trabalho..."

05/04/2008

•PINTANDO SUPERFÍCIE METÁLICA.

Material que será usado: fita crepe, tinta óleo, aguarrás, fundo para metais (zarcão), lixa, escova ou pano (para limpeza), rolo de espuma, pincel e bandeja para pintura.

  • DICAS:

- Antes de começar a pintar portões, janelas ou grades, isole as paredes com fita crepe. Utilize o mesmo procedimento para isolar os arremates do objeto que será pintado. Cubra também o chão com plástico ou papel.

- Ferramentas sujas implicaram no resultado finaldo seu trabalho, então para não correr este risco, antes de começar o trabalho, limpe todas as ferramentas com solvente.

- Para remover eventuais respingos, passe, imediatamente, um pano umedecido em solvente.

Após lixar a superfície, limpe-a usando um pano umedecido com solvente, fazendo movimentos circulares até remover todo o pó. Após a evaporação do solvente, prepare o fundo (zarcão) seguindo as instruções contidas na embalagem. Despeje o produto na bandeja, mergulhe o rolo de espuma e, fazendo movimentos de baixo para cima você irá retirar o excesso do produto, ficando assim pronto pra aplicá-lo na superfície. Aplique o fundo na superfície, em seguida verifique se está totalmente coberta e, após a secagem lixe novamente. Com um pano limpo, retire o excesso de pó.

Após a tinta está preparada, conforme as instruções na embalagem, despeje-a na bandeja, mergulhe o rolo de espuma e, com movimentos de cima para baixo, retire o excesso de tinta. Aplique o rolo na superfície de metal, fazendo movimentos em todos os sentidos para uma cobertura uniforme.

•PINTANDO SUPERFÍCIE DE MADEIRA.

Material necessário: fita crepe, tinta óleo, solvente, fundo sintético nivelador (branco fosco), lixa, escova ou pano (para limpeza), rolo de espuma, pincel e bandeja para pintura.




  • DICAS:

- Para proteger o ambiente, antes de começar a pintar, utilize a fita crepe pra isolar paredes, arremates dos objetos a serem pintados e cubra o chão com plástico ou papel.

- Limpe as ferramentas com solvente.

- Em áreas de 50 x 50 cm, faça movimentos leves em todas as direções, até cobrir toda a superfície e, após secagem, conforme instruções na embalagem, aplicar mais uma demão para obter um acabamento mais uniforme.

-Para remover os respingos passe, imediatamente, um pano umedecido em solvente.


Após lixar a superfície, remova toda a poeira da madeira com uma escova. Para selar a madeira, utilize um fundo sintético nivelador branco. Para que o produto tenha uma total homogeneização deverá ser bastante mexido na hora do preparo. O fundo nivelador deverá ser aplicado com rolo de espuma e, após a secagem completa (cerca de 8 horas), a madeira deverá ser lixada novamente. O excesso de pó deverá ser removido com um pano umedecido com solvente.

Após preparar a tinta, despeje uma quantidade na bandeja de pintura e mãos a obra!!! Mergulhando o rolo na parte funda da bandeja, fazendo movimentos de baixo para cima, retire o excesso de tinta. Trabalhando devagar o cuidado será bem maior, evitando assim respingos. Quando o rolo for novamente a bandeja de tinta e, ao ser passado na superfície, deverá ser em uma área ainda não pintada, evitando assim o acúmulo do produto e, consequentemente, manchas.